Paróquia N.S.R. Fátima
Paróquia
Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Presidente Prudente - SP
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Histórico
A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, a terceira do Município de Presidente Prudente, nasceu com a capela do mesmo nome, construída por uma comunidade católica liderada por portugueses, no inicio da década de 60, na Praça dos Pioneiros, na Vila São Jorge.

A Comunidade Portuguesa residente naquela região da cidade, tendo por padroeira Nossa Senhora de Fátima, achou por bem convidar todo o povo para um movimento destinado a conseguir junto ao então Prefeito Municipal, Dr, Luiz Ferraz de Sampaio, o terreno para que nele fosse construída uma capela, em parte da área que, antes, fora ocupada pela necrópole local. O Prefeito recebeu de braços abertos a comissão que foi constituída, dando uma resposta positiva ao pleito da comunidade. Entre as pessoas que muito fizeram por esta conquista, são lembrados: Guilherme Caldeira e família, José Emílio Caldeira e família, Álvaro Toledo e família, Elizeu Alves e família, Zé Peitudo e família, Arthur Pires e família, Manoel Caseiro e família, Abel barbosa e família, Mário Antônio da Purificação Caldeira e família, além de várias outras pessoas com seus familiares. A primeira reunião, para tal finalidade, ocorrera na residência do Sr. Guilherme Caldeira, onde o convidade de honra era o Sr. Prefeito Municipal. Em seguida, a população prudentina dos arredores arregaçou as mangas.

O início da construção da capela ocorreu no começo do ano de 1962. A primeira grande contribuição foi do Sr. José Emílio Caldeira, doando os materiais de uma capela que ele tinha em sua propriedade. O material foi transportado pelo caminhão do Posto de Sementes da cidade. Os pedreiros responsáveis pela obra foram Antônio Folha e Déquinha Sobral. Muitas empresas e vários trabalhadores continuaram contribuindo.

Um padre que muito colaborou, com a construção, foi O Pe. Oswaldo Michelli, Coadjutor da Catedral e Chanceler do Bispado. Tal era o envolvimento comunitário, que o primeiro Bispo da Diocese, Dom José de Aquino Pereira, que também era de origem portuguesa, por Decreto de 22 de agosto de 1963, criou a nova Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na festa do Imaculado Coração da Beatíssima Virgem Maria. Quem presidiu a celebração da primeira missa, no prédio ainda em construção, em 27 de março de 1963, foi o Sr. Bispo Dom José de Aquino Pereira, auxiliado pelo Pe. Antônio Mendes Barata, que prestava serviços pastoraisà Catedral, e nessa missa rezou-se pela alma do Sr. Eugênio Magro (avô do Mons. Laércio Magro), recém falecido.

A primeira zeladora da igreja foi Dona Olga Toledo; o primeiro batizado foi o de Márcia Miranda, filha de Antônio Miranda e Néca Miranda; o segundo batizado foi o de Marleide de Jesus Magro, filha de José Nabor Magro e Rosa Furini Magro (pais do Mons. Mauro Laércio Magro). Estees primórdios da Paróquia Nossa Senhora de Fátima foram Relatados pelo Sr. Mário Antônio da Purificação Caldeira e pelos pais do Mons. Mauro, Sr. José Nabor (Zézo) e Dona Rosa. A nova paróquia abrangeu parte dos territórios da Paróquia-mãe Nossa Senhora Aparecida, da Vila Marcondes, tais como, os bairros Vila Brasil, Vila Iti, Vila Flores e Jardim Brasília, com as Capelas São Pedro e Santo Antônio. Passou tambem a ser parte do território que compõe a Paróquia Nossa Senhora de Fátima a porção onde se encontrava o antigo Lar dos Meninos que, por sua vez, estava sob a direção do Palotino Pe. Francisco Leão. O “Lar dos Meninos” não se situava muito distante da nova sede paroquial. O primeiro pároco foi o português Pe. Antônio Dias da Costa Candal, que, permaneceu na paróquia, no período de 28 de agosto de 1963 a 15 de maio de 1964. Do Pe. Oswaldo Michelli sabemos que, este, veio para a Diocese, ainda como seminarista maior, oriundo da Diocese de Marília e que fora um dos primeiros padres ordenados por Dom José de Aquino Pereira; Dom José, que fora o primeiro prelado da Diocese e que, ele, Pe. Oswaldo Michelli, fora Chanceler do Bispado, professor e diretor espiritual no Seminário Diocesano Nossa Senhora Mãe da Igreja de Presidente Prudente; fora, ainda, Coadjutor da Catedral e Pároco na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, permanecendo ali pouco mais que 02 anos, isto é, de 15 de maio de 1964 a 04 de dezembro de 1966; Pe. Oswaldo era pessoa muito inteligente e comunicativo, que administrou muito bem a paróquia;era de uma educação singular, culto, mas que, por motivo de saúde, deixou os trabalhos paroquiais e, quando em 1968, Dom José de Aquino Pereira fora transferido para a Diocese São José do Rio Preto, Pe. Oswaldo quis ir com ele para àquela Diocese. Posteriormente, deixou o ministério, laicizou-se e casou-se...

Pe. José Cirelli, irmão um pouco mais velho do Pe. Jacó Cirelli, inspirava-se muito no irmão mais novo, com quem tinha ótima convivência. Quanto esteve como pároco na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de 04 de dezembro de 1966 a 22 de dezembro de 1968, pastoreou muito bem a paróquia, principalmente, abrindo as portas da mesma para acolher a juventude que muito o estimava. Era um padre exemplar no trabalho e no zelo pastoral.

Os Padres Guilherme herber, Antônio Manoel de Castro e Fernando Suillen, CSsR, tiveram passagem efêmera pela paróquia e, nem sequer, “esquentaram” a cadeira. PE. Guilherme Herber, muito pobre e abnegado, morreu como pároco de Santa Luzia de Araxans, aos 15 de janeiro de 1983. Residia em Ribeirão dos Índios e por isso mesmo, ali fora sepultado, em jazigo próprio, dentro do recinto da igreja adquela localidade, em aposento especial atrás do presbitério. PE. Antônio Manoel de Castro, tal como entrou na Diocese de Presidente Prudente, dela saiu e nada mais sabemos a respeito! PE. Fernando Suillen, CSsR, depois de muito tempo como zeloso pároco de Regente Feijó, entre 1970 e 1987, distinguiu-se por um grande zelo pelo Sacramento da Reconciliação, voltou para a Holanda, sua terra natal...

PE. Ricardo Baumler foi o pároco que mais tempo permaneceu na Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Tomou posse da referida paróquia, aos 13 de desembro de 1970 e aí exerceu o seu ministério até o dia 18 de fevereiro de 1996. De temperamento impulsivo, PE. Ricardo Baumler, às vezes, tinha extremos lastros de bondade e ternura, mas, de repente, explodia...No entanto, o povo da paróquia e, uma gama de amigos, aprenderam a conviver com ele e a lhe querer muito bem. Por conta do seu temperamento, não gostava muito de viver sob as rédeas de autoridades e, por isso mesmo, teve suas encrencas com o primeiro Bispo, Dom José de Aquino Pereira e, por conta disso, teve que se afastar da Diocese por um tempo; foi readmitido, a esta, pelo segundo Bispo Diocesano, Dom José Gonçalves da Costa, CSsR, que lhe entregou a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em 1970. Parece que, com Dom José ele não teve nenhum contratempo de relacionamento; porém, as dificuldades recomeçaram no mandato episcopal do terceiro Bispo Diocesano, Dom Antônio Agostinho Marochi, que gostava de ver as paróquias andando com certa disciplina, e com a melhor organização possível e, por conta disso, Dom Agostinho gostava de dar suas indiretas, quando as coisas não andavam de acordo com o “gostinho” dele, como costumava dizer brincando!

Dom Agostinho respeitava as iniciativas dos padres, quando não muito arrojadas; mas fazia ponderações quando essas idéias eram muito avançadas, porém, sempre que o padre mostrava-se convincente, ele deixava-o caminhar mais tranqüilo. Embora fosse bom padre, o PE. Ricardo era meio liberal em certos aspectos pastorais e, por causa disso, aprontava aquilo que, chamaríamos de “furos pastorais”. Por exemplo, ele batizava tantas quantas crianças aparecessem, com ou sem preparação de pais e padrinhos,da própria paróquia como os das outras paróquias e aí, entravam pessoas, que não queriam saber de compromissos sérios e engajamento comunitário; PE. Ricardo, “bonzinho”, acolhia a todos e batizava e, segundo diziam, sem esquecer as espórtulas...Isto criou um problemão para a Pastoral do Batismo, quanto das outras paróquias; uns padres ficavam bravos com a atitude dele, e com razão...mas outros simplesmente riam. Daí quantas reuniões em nome da Justiça e da caridade pastoral, na tentativa de se resolver o problema; todavia, tudo continuava do mesmo jeito; por estas e por outras, PE. Ricardo foi sendo isolado por parte de colegas padres. Raramente ele comparecia a reuniões do Presbitério. A situação foi se agravando com o declinar progressivo de seu estado de saúde. Do seu jeito, o Bispo, Dom Agostinho, tentou arrumar a casa e entrar em entendimento com PE. Ricardo, mas ele era um tanto teimoso e, como já foi dito, não gostava muito de viver sob as rédeas da autoridade; encrencou também com Dom Agostinho que, por sua vez, foi perdendo a paciência com ele. Houve portanto, desgastes em ambas as partes; envelhecido e doente, PE. Ricardo não tinha mais condições de continuar, como pároco, à testa daquela paróquia, mas também não aceitava ser transferido ou dali se afastar e recolher-se a um trabalho menos exigente. Por outro lado, os poderes públicos municipais pleiteavam junto a Mitra Diocesana de Presidente Prudente adquirir aquele terreno, onde, no momento, se encontrava a sede da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Praça dos Pioneiros, sob pretexto de aumentar e melhorar o complexo do terminal rodoviário, contíguo. Havia proposta à Mitra Diocesana, por parte do poder público municipal, de permuta de terrenos e benfeitorias equivalentes, donde, entraram as negociações com a empresa Pruden-Trator, onde, antes estava instalada aquela firma de implementos agrícolas e que, no momento, estava desativada, por estar funcionando em outras instalações novas da paróquia em discussão. As negociações entre as partes interessadas foram concluídas positivamente entre elas e, a antiga sede da Pruden-Trator fora solidamente transformada na nova sede da Paróquia, na Vila Euclides.

Feita a tramitação legal, a paróquia foi transferida para o novo lugar, sem ter, no entanto, o assentimento do PE. Ricardo, e por parte de alguns paroquianos descontentes com a situação. A ultima missa na matriz anterior, foi celebrada em 25 de novembro de 1996, um domingo, pelo Mons. João do Rio, que naquele momento respondia pela paróquia. Isso gerou impasse que, com o tempo, foram passando principalmente, depois que o novo logradouro paroquial foi tomando forma mais definitiva, com as decidas adaptações e, sobretudo, depois da construção, no lugar da atual Matriz Nossa Senhora de Fátima. Pouco tempo depois da mudança, o PE. Ricardo veio a falecer, em 1° de agosto de 200, com 72 anos de idade, e fora, justamente, velado no recinto da nova sede paroquial, ainda em fase inicial de adaptação e construção. Contribuiu muito na adaptação e construção da nova sede paroquial Nossa Senhora de Fátima, em Presidente Prudente , a UNOESTE.

PE. Ricardo Baumler, figura polêmica, até mesmo entre o clero, mas que deixou lastros de amizade e reconhecimento. Apesar de tudo, possuía um carisma especial para ligar com certa camada da sociedade prudentina e com certa casta de políticos da cidade, já emérito, se é que assim podemos dizer, os 02 de setembro de 1997, PE. Ricardo Baumler, recebeu o titulo de Cidadão Prudentino. O Jornal “O Imparcial” do dia 02 de dezembro de 1997, 3B, registra o momento em que o Padre foi homenageado com o titulo de Cidadão da cidade e registra ainda que, “A solenidade lotou a Câmara de Prudente e contou com a presença de autoridades civis e militares” e, que, aconteceram “Discursos emocionados e palavras de carinho e reconhecimento publico”, em homenagem ao PE. Ricardo e, tudo isso, fora ilustrado por fotografias memoráveis, algumas das quais, pertencentes ao jornal “O Imparcial”, tomamos a liberdade de reproduzir, conforme segue.
Paróquia Nossa Senhor do Rosário de Fátima - 2024