A liturgia da Palavra nos lembra que autoridade na Igreja é serviço e, portanto, a preocupação consiste em lançar sementes e não julgar. Ou seja, não querer separar o trigo do joio quando ainda estão em produção. O risco é muito grande. Estar a serviço da Palavra consiste em disponibilizar ao Senhor toda a nossa existência e capacidade. Deus nos guia. O medo não faz parte dessa trajetória, pois o anunciador está apenas cumprindo as ordens e vivendo sob a inspiração do Espírito Santo. A simplicidade é o sinal que acompanha quem está a serviço de Deus. Serviço que ensina a caminhar na contramão da História para construir o Reino como Jesus que veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. A exemplo do Povo de Deus, a comunidade de Mateus se enche de coragem para ser servidora da Palavra de Deus e do povo que sofre. A religião judaica no tempo de Jesus acompanhou essa divisão, trazendo-a para dentro das sinagogas e das famílias. Tanto as autoridades romanas quanto as judaicas produzem como o joio: ocupa a terra e seu fruto não pode servir de alimento. Os olhos de Deus nunca esquecem essa realidade e por isso tem compaixão como afirma o evangelho de Mateus. A comunidade de Mateus caminha contra toda esperança e acredita na esperança de contar com a ajuda de Jesus para construir uma nova maneira de viver. Portanto, um novo mundo é possível se acreditarmos como eles acreditaram.